Aluna de Engenharia de Software da PUCRS é premiada em competição internacional da Apple com aplicativo sobre acessibilidade
Ao final de março deste ano, Marina Geller Yamaguti, estudante do 5° semestre de Engenharia de Software da PUCRS se tornou um dos 350 estudantes do mundo inteiro premiados na competição Swift Student Challenge. O desafio faz parte da Conferência Anual de Desenvolvedores (WWDC) da Apple, uma das maiores empresas de tecnologia global da atualidade. Na competição, os participantes são desafiados a desenvolver um aplicativo usando a plataforma Swift Playgrounds, utilizando o Swift, linguagem de programação da Apple. Além de Marina, outros quatro estudantes da Tecnopuc foram selecionados como vencedores. Os jovens foram premiados com um certificado, um ano de licença para acessar a conta de desenvolvedor da Apple, voucher para fazer uma certificação da Apple e um AirPods Max.
Marina faz parte do programa Apple Developer Academy, fruto de uma colaboração entre a Tecnopuc, o Instituto Eldorado e a Escola Politécnica da PUCRS em parceria com a Apple. O programa capacita alunos para desenvolver aplicativos para iPhone com tecnologia iOS. O Apple Developer Academy usa a metodologia Challenge Based Learning, que consiste em aprender por meio de desafios. Nele, é permitido se especializar em dois perfis diferentes, programação e design. O Programa tem duração de dois anos e é dividido em duas fases. Na primeira, os alunos recebem capacitação avançada em iOS e, na segunda, desenvolvem um projeto final. Marina Yamaguti explica que as pessoas que fazem parte do programa a incentivaram bastante para participar da competição Swift Student Challenge. “Em 2023 foi a primeira vez que eu tentei, só que recém havia entrado no programa Apple Developer Academy. Em menos de três semanas a gente teve que enviar o Challenge daquele ano, e eu não consegui passar. Mas neste ano, depois de ter mais experiência, fiz uma submissão mais séria e completa e consegui ganhar a competição”
SOBRE O JOGO
Iris é o nome do aplicativo criado por Mariana e também o nome da personagem principal, uma menina com deficiência visual. O projeto submetido para a competição foca em mostrar o dia a dia de uma pessoa com deficiência visual. Fornece para os usuários uma perspectiva diferente dos desafios e obstáculos do cotidiano de alguém com essa condição. O jogo para iPad retrata a história de Iris por meio de ações interativas e informativas sobre acessibilidade, destacando a função educativa do aplicativo. “Eu sabia desde o início que eu queria fazer algo com um aspecto bem pessoal, que fosse bacana, com bastante storytelling e com desenho”, disse Marina sobre suas ideias para o projeto.
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A narrativa do jogo é dividida em três capítulos principais e as cores vão mudando à medida que a história avança, reforçando a fluidez entre a história e os Pop Ups informativos que ensinam sobre tecnologias assistivas.
O jogo percorre a história de Iris refletindo sobre o que pode ser feito para melhorar sua vida. Por exemplo, com o ensino de braille e implementação de leitores de tela, adaptação de estruturas e espaços, etc. Isso acontece por meio de mini games com dinâmicas diferentes para engajar o usuário e ensinar sobre acessibilidade. Ao finalizar o jogo, a desenvolvedora deseja que as pessoas entendam, pela perspectiva de Iris, que as pessoas com deficiências são tão capazes quanto as que não têm, ressaltando a necessidade do respeito e das mesmas oportunidades. “O intuito do jogo é, basicamente, gerar empatia. ”
https://www.youtube.com/watch?v=CeTlahH8IP0
Vídeo sobre o jogo
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO APLICATIVO
A partir da premissa bem estabelecida, a estudante sabia o que precisava ser feito: um aplicativo com desafios para ensinar as pessoas e contar uma história.
Marina conta que gosta de ser metódica ao desenvolver um aplicativo. Seu trabalho começou pela pesquisa e conversas com professores, tanto sobre a questão de acessibilidade quanto do jogo em si. “Fiz várias pesquisas e benchmarks (ato de executar um conjunto de programas a fim de avaliar o desempenho, executando uma série de testes e ensaios), e comparações com o que já existe no mercado. Reuni várias ideias para depois estruturar o aplicativo. No primeiro mês foquei só nessa questão. Já no visual, fiz vários desenhos e telas, que são a base do meu app para então, tendo essas telas montadas, fazer o código Swift por meio do Xcode, a nossa ferramenta para desenvolver os aplicativos da Apple” explica Marina Yamaguti.
SOBRE A CONFERÊNCIA
A estudante já acompanhava a Conferência Anual de Desenvolvedores da Apple pelo YouTube e pelas redes sociais, por isso, ficou muito feliz de finalmente ir até a Califórnia, nos Estados Unidos, para participar ativa e presencialmente. “Foi muito surreal, ainda estou processando o que de fato aconteceu. Nunca imaginei que aconteceria comigo. Foi uma oportunidade muito gratificante e bacana”. Segundo Marina, a WWDC reúne pessoas com backgrounds muito diferentes e de todos os países do mundo, e foi ótimo poder conversar com pessoas tão diferentes. A desenvolvedora lembra que deram muitas oportunidades de fazer networking, um dos pontos principais do evento, e poder conversar com experts e outros desenvolvedores. “Lá encontrei vários brasileiros, até me surpreendi. Foi bem legal ver que o Brasil está muito presente neste tipo de evento”.
FUTURO E EXPANSÃO DA ÁREA DE TECNOLOGIA
Marina está, atualmente, no último ano do programa Apple Developer Academy, por isso, já está desenvolvendo seu trabalho final, para colocar em prática tudo o que aprendeu sobre a criação de aplicativos ao longo do programa. Além disso, a estudante tem alguns outros projetos em andamento como aplicativos para a Play Store. “Estou tentando focar bastante no futuro, em ver que outras oportunidades e vagas eu consigo. Eu realmente me encontrei nessa área de desenvolvimento iOS”. Para Marina, a área da tecnologia consegue unir tudo o que ela gosta, tanto no sentido de criar projetos e de desenvolvimento lógico, mas também com a conexão com o usuário e com o design do aplicativo. Ela também fala sobre o mercado internacional e das oportunidades, “É muito incrível para quem tem interesse na área. Vale muito a pena investir aqui no Brasil, mas também acho que têm muitas oportunidades para fora crescendo cada vez mais. Me sinto muito feliz em fazer parte esse movimento” completa a estudante.
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