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Datilografia: das máquinas de escrever à fluência digital 

A datilografia faz parte de um processo muito importante da modernização do trabalho, da educação e da comunicação escrita. Mais do que uma simples técnica, ela marcou gerações e ajudou a preparar profissionais para a vida administrativa, além de ter aberto caminho para o que hoje conhecemos como digitação e fluência digital. 

A invenção da máquina de escrever 

 

Tudo começou em 1868, quando Christopher Sholes, nos Estados Unidos, inventou a primeira máquina de escrever. Alguns anos depois, em 1873, a empresa Remington & Sons começou a produzi-la em escala industrial, o que ajudou a popularizar esse novo recurso.  

No entanto, segundo o "Segredos do Mundo (R7)”, uma versão pioneira da máquina de escrever teria sido inventada no Brasil pelo padre Francisco João de Azevedo, em 1861, em Recife, cerca de uma década antes das máquinas Remington chegarem ao mercado. Porém se tem registrado que no Brasil, as primeiras máquinas chegaram ainda no fim do século XIX e logo passaram a ser usadas em órgãos públicos, escolas e empresas privadas. 

A máquina de escrever trouxe rapidez, clareza e padronização, elementos que se tornaram essenciais em um período de grande crescimento urbano e institucional no país. A escrita deixou de ser apenas manual e passou a ser mecanizada, trazendo mais eficiência para a produção de documentos. 

A profissionalização da datilografia 

 

Com a chegada das máquinas, surgiu a necessidade de aprender a usá-las da forma correta. Assim nasceu a datilografia, que exigia treino, técnica e bastante disciplina. O teclado QWERTY, criado ainda no século XIX, foi adotado mundialmente e permanece até hoje nos computadores. 

 

No Brasil, os cursos de datilografia começaram a ganhar força por volta da década de 1920. A partir daí, aprender a datilografar virou quase obrigatório para quem queria ingressar no mercado de trabalho. Além da prática nas teclas, esses cursos ensinavam postura, organização e agilidade, formando profissionais preparados para as demandas da época. 

A profissão de datilógrafo trouxe também uma mudança social importante: abriu espaço para muitas mulheres no mercado de trabalho, que passaram a atuar como secretárias e assistentes administrativas. 

As evoluções tecnológicas 

Durante o século XX, as máquinas de escrever foram se modernizando. As primeiras eram muito pesadas e manuais e deram lugar às elétricas, que eram mais rápidas e práticas. Marcas como Olivetti, Underwood e Remington se tornaram bastante conhecidas, sendo usadas em escritórios de advocacia, escolas, consultórios e órgãos públicos.  

Mesmo com os avanços, a lógica da escrita se mantinha: cada tecla batida deixava uma marca no papel. Esse processo dava aos documentos uma aparência padronizada e duradoura, característica muito valorizada na época. 

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A chegada do computador 

Com a popularização dos computadores, a partir dos anos 1980 e 1990, houve uma grande transformação. As máquinas de escrever foram sendo substituídas por programas de edição de texto, que trouxeram mais praticidade, permitindo correções rápidas, armazenamento digital e diferentes formas de formatação. 

A datilografia, no entanto, não desapareceu: ela se transformou em digitação. Hoje, essa habilidade faz parte do nosso dia a dia, presente em notebooks, tablets e celulares. 

O legado da datilografia 

 

Apesar de as antigas máquinas já não estarem mais presentes nos escritórios e salas de aula, a herança da datilografia continua viva. Ela ensinou disciplina, clareza e eficiência na escrita, valores que permanecem importantes mesmo na era digital. 

Podemos dizer que a datilografia foi a base da fluência digital que usamos atualmente: a capacidade de digitar com rapidez, consciência e segurança. Além disso, teve um papel fundamental na história da educação e do trabalho, ajudando a incluir diferentes grupos no mercado profissional. 

Assim, lembrar da datilografia é reconhecer sua importância na construção da cultura escrita e tecnológica que temos hoje. Do som metálico das teclas ao toque suave nas telas dos celulares, essa história mostra como a comunicação evolui, mas nunca perde sua essência. 

Fontes:  

 

Wikipedia Brasil – Máquina de escrever  

https://pt.wikipedia.org/wiki/Máquina_de_escrever 

 

Wikipedia Brasil – Datilografia (teclado ABNT) 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Datilografia 

 

Segredos do Mundo (R7) – História da máquina de escrever 

https://segredosdomundo.r7.com/maquina-de-escrever-historia-curiosidades/ 

 

Encyclopedia Britannica – Typewriter 

https://www.britannica.com/technology/typewriter 

 

A Máquina de Escrever - Superinteressante 

https://super.abril.com.br/historia/a-maquina-de-escrever/ 

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