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Ceitec Desenvolve Chip Eletroquímico que Detecta Doenças Precocemente, Inclusive Covid-19


Representação esquemática de um biossensor

O Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) desenvolveu um chip eletroquímico capaz de detectar doenças precocemente, entre elas a covid-19. O dispositivo patenteado é resultado de uma parceria com a Fiocruz, o CTI e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná.

O lab-on-chip, como são chamados esses tipos de dispositivos internacionalmente, é um biossensor, ou seja, um dispositivo que combina componentes biológicos com um sistema de detecção. O termo em inglês remete ao fato de que, dentro do chip, é como se tivesse um laboratório de análise clínica, que permite realizar diagnósticos na farmácia ou no médico, sem ter de ir a um hospital.

O Eng. Mecânico Diorney Salgueiro, líder de manutenção e especialista em tecnologia eletrônica avançada na Ceitec, explica que os sensores eletroquímicos estão cada vez mais desenvolvidos, graças à evolução da nanotecnologia.

Suas características intrínsecas, como o uso de elétrons para a obtenção de sinais e os avanços em estudos multidisciplinares na física de superfícies, têm permitido a obtenção de sensores eletroquímicos cada vez mais sensíveis e com maior grau de especificidade, ao mesmo tempo em que possuem baixo custo de produção e rápido tempo de análise”, reforça.




Segundo o Engenheiro, há diferentes modos de operação do lab-on-chip, como o potenciométrico (medida da tensão entre os eletrodos), o amperométrico (medida da corrente entre os eletrodos), a condutometria (medida da condutividade da solução eletroquímica) e a espectroscopia de impedância (medida da impedância do sistema para uma faixa de frequências). Essa versatilidade possibilita sua utilização em diversos campos, tais como do monitoramento ambiental e de alimentos, diagnósticos biológicos, detecção de compostos orgânicos voláteis, etc.

O dispositivo desenvolvido pela Ceitec é capaz de detectar, além da covid-19 (SARS-CoV-2), qualquer outro vírus, como ebola, chikungunya, HIV, vírus da gripe (H1N1, H5N1, H7N9, H9N2) e vírus zika (ZIKV). Depois que o material é coletado e a análise feita, o resultado é apresentado em um leitor portátil, celular adaptado ou na tela de um computador.

Segundo Diorney, algumas vantagens para o uso do chip na detecção de doenças em relação a outros métodos seria a possibilidade de detecção precoce, em que ainda não existem manifestações de sintomas, a possibilidade de determinar o estágio da doença detectada e acompanhar o tratamento de forma personalizada.

Além disso, o Engenheiro explica que o chip é uma ferramenta de Screening, ou seja, feita para a realização de testes randômicos na população, com maior foco no âmbito de saúde pública. “O maior objetivo é reconhecer locais onde sejam identificadas certas predisposições e atuar para que determinados grupos de risco não desenvolvam a doença. Esse método é focado na prevenção”, afirma.

Os inventores do chip foram os Engenheiro Mecânicos Eduardo Poletto Höehr e Jefferson Frasson e os físicos Ronald Tararam, Artur Vicente Pfeifer Coelho, Vinicius Claudio Zoldan e Ludmar Guedes Matos.

Apesar de ser uma inovação que possibilita a detecção de doenças de forma mais rápida, precisa e barata, o chip da Ceitec ainda não está sendo usado nem para o combate à covid-19, nem para outras doenças no Brasil, visto que a Ceitec, ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e​ Inovações (MCTI), faz parte do Projeto de Desestatização do governo federal e está em fase de liquidação. Enquanto isso, o Centro está fazendo lotes para que outros possam dar seguimento e desenvolver suas plataformas.

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