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O desperdício de um esforço nacional caro e raro


Cylon Rosa Neto

Engenheiro Civil. Coordenador do Fórum de Infraestrutura. Vice-presidente do Sicepot-RS


FÓRUM DE INFRAESTRUTURA DAS ENTIDADES DO RS

O esforço tributário de uma nação é algo meritório e está relacionado a diversos fatores, entre eles: uma política estratégica, o esforço de cidadania de pessoas físicas e jurídicas, o comprometimento com o bem comum, a idoneidade dos gestores públicos e a aplicação correta de recursos privados para financiar setores públicos como educação, saúde, segurança e infraestrutura pública.

Foto Ilustrativa/Freepik

O investimento em infraestrutura é o pilar do desenvolvimento, pois além de possibilitar mais empregos e renda, traz consigo a geração de riqueza para transformar regiões antes isoladas em polos produtivos, interliga centros de produção de insumos, leva cargas para exportação, gera energia sustentável, reduz custos, aumenta competitividade e traz felicidade e sustenta-bilidade. Além disso, todo investimento em infraestrutura, é representativo tanto em valor quanto em tempo, pois seus resultados não se mostram em anos, mas sim em gerações.


O Brasil é um País que tenta desesperadamente trocar de patamar como nação, porém esbarra sempre em inúmeras dificuldades em todos os setores.

Como todo País nesta fase de sua própria história, tem escassez de recursos para investimento, porque a maioria é direcionado para o custeio e assistência. Desta forma, os investimentos deveriam ser tratados como o tesouro que, de fato, são, e ser tratados como tal.

Infelizmente, faz-se aqui o inverso no que diz respeito à infraestrutura, pois criou-se uma mentalidade de que o melhor valor é o menor, quando na verdade o melhor é aquele que acarreta o maior valor agregado e, logo, resulta na melhor relação custo-benefício.

Ao contratar obras e serviços de engenharia por pregão e leilão, o Brasil joga literalmente no lixo o tesouro que são os recursos tributários disponíveis para investimento em infraestrutura, porque investimentos para gerações não podem ser tratados com desleixo e irrespon-sabilidade. E, ao colocar estes raros, caros e estratégicos recursos em uma roleta eletrônica sem qualidade, está o País comprometendo seu presente e futuro e destruindo sua Engenharia, muito qualificada e reconhecida, mas que não resiste às probabilidades de um cassino onde sempre a banca vence.

Um raciocínio simples evidencia que jamais se contrataria um cirurgião neurologista por leilão, mas sim, um com a qualificação necessária para realizar determinado procedimento com a justa remuneração e salvar uma vida. Por razões incompreensíveis não faz o Brasil o mesmo com seus investimentos estratégicos em infraestrutura, os quais são sua longevidade de vida como País. Em vez de contratar, para cada um destes investimentos vitais, empresas e profissionais com a qualificação necessária por uma justa e correta remuneração, opta por uma jogatina em meio digital que leva a descontos impossíveis por empresas irresponsáveis.

Com a palavra, os órgãos de controle, que tem a missão de zelar pelos recursos públicos, os quais, assim aplicados, não trazem nenhum retorno à sociedade que com muito trabalho e sacrifício os gera através de seus tributos.

 
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