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Engenheira Ambiental vai presidir o CREA-RS

"Não há outra maneira de prestar melhores serviços, senão facilitando a vida do maior interessado: o profissional registrado."


Por Fernanda Pimentel / Equipe de Comunicação Confea / Colaboração Jô Santucci


ENTREVISTA

A partir de janeiro de 2021, o CREA-RS inaugura uma nova fase ao ser presidido por uma Engenheira Ambiental: Nanci Walter traz em seu currículo uma multiplicidade de papéis, entre eles, o de ser mãe, ter sido vice-presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano de Esteio (CMDU), presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Esteio, inspetora-chefe e coordenadora das Inspetorias do CREA-RS.


A trajetória, marcada pela inovação, iniciou quando fez a escolha da sua profissão: “a Engenharia Ambiental era um curso extremante novo, fiz parte da primeira turma de formandos do curso de Engenharia Ambiental do Rio Grande do Sul e a segunda turma do País”, lembra, ao revisitar o percurso que percorreu até chegar à presidência do Regional.


"A nossa vitória foi uma conquista da coletividade, um movimento vindo da base do Sistema ."


Confira a entrevista em que ela compartilha um pouco da sua história, posicionamentos e planos para o Conselho nos próximos três anos.

 

1) Site do Confea: A senhora acredita que esse crescimento da representação feminina no Sistema já é fruto do Programa Mulher?


Nanci Walter – Acredito que toda ação/atividade/programa que incentive a maior participação da mulher no Sistema é válida. O Programa Mulher é recente no nosso Sistema e espero que ele se desenvolva cada vez mais. As próximas presidentes dos Creas, Mútua e conselheiras federais poderão contribuir nesse sentido.

 

2) Site do Confea: Qual a importância de trabalhar essa equidade de gênero, principalmente no Sistema Confea/Crea?


Nanci Walter – É importante que o Sistema trabalhe fortemente desmistificando as áreas que ainda são, preponderantemente, masculinas. Predominância essa, que se reflete nos números: neste pleito do Sistema tivemos seis mulheres eleitas (comigo) que assumirão a Presidência dos Regionais de um total de 27 Creas em todo País. Imagino que, para essas colegas, assim como para mim, não tenha sido fácil chegar aonde chegaram. Mas encaro os percalços até aqui como desafios superados. Trago comigo o seguinte: “não queremos ser melhores, queremos que respeitem as diferenças e que possamos superá-las para somar”.

 

3) Site do Confea: Neste triênio à frente do Crea, quais os principais desafios já mapeados que demandam esforço e atuação? Eles constam na agenda de prioridades? Como serão tratados e quais resultados positivos irão gerar?


Nanci Walter – No nosso próximo triênio que iniciará em 1º de janeiro de 2021, precisaremos, antes de tudo, trazer à tona o sentimento de pertencimento dos profissionais que fazem parte do CREA-RS. A nossa vitória foi uma conquista da coletividade, um movimento vindo da base do Sistema e teremos muitos desafios na nossa gestão, mas todos voltados a um objetivo em comum: o de ressignificar o relacionamento com os profissionais, razão de ser do Conselho.

Como todos devem ter acompanhado, nos últimos três anos tivemos, consecutivamente, três primeiros vice-presidentes no exercício da Presidência no nosso Regional gaúcho. Por isso, nós profissionais, estamos carentes de ver no Conselho ações e atitudes que nos representem, e que nos façam sentirmos parte de algo maior.

Entre as prioridades, podemos citar a necessidade de atualização tecnológica, da modernização da prestação de serviços públicos, da simplificação no atendimento aos profissionais. Não podemos esquecer que a função finalística do CREA-RS é a fiscalização do exercício profissional. Na nossa gestão teremos um olhar diferenciado para este departamento.

É fato que o distanciamento estimulou mudanças de comportamento, foi preciso migrar boa parte da burocracia do papel para o virtual, repensar e simplificar processos e há muito o que fazer em relação a isso.

Não há outra maneira de prestar melhores serviços, senão facilitando a vida do funcionário e do maior interessado: o profissional registrado.

 

4) Site do Confea: A senhora acredita que o Sistema Confea/Crea e Mútua demanda uma readequação de seus procedimentos? Por que? Se sim, qual tipo de reestruturação é necessária e como a gestão da senhora irá atuar neste sentido?

Nanci Walter – Na minha trajetória no CREA-RS pude conviver com várias das nossas importantes lideranças, bons exemplos de governança e/ou gestão, e exemplos que não devemos seguir.

A nossa principal legislação, a Lei Federal 5.194, completará 54 anos no dia 24 de dezembro. Para nós, a Lei foi um marco para o exercício das profissões da Engenharia, Agronomia e Geociências, abrangidas pelo Sistema Confea/Crea. A regulamentação dessas profissões deve garantir segurança à sociedade, interesse profissional e utilidade pública.

Nosso Sistema precisa ser mais dinâmico, a Lei Federal 5.194/66 precisa de revisão urgente e é preciso ter mais cuidado e atenção na elaboração das resoluções, de modo que não tragam insegurança jurídica às gestões. Como mencionado anteriormente, no Conselho gaúcho tivemos três gestões interinas diferentes em 2018, 2019 e 2020, então, por óbvio, será necessária a revisão e readequação de procedimentos. Como já falamos em outras oportunidades, os bons exemplos e as boas práticas permanecerão! Não temos mais tempo e energia para perder em desavenças, precisamos nos unir e focar no que nos une.

 

5) Site do Confea: Acreditas que a integração dos Creas, dentro da região geográfica e de forma nacional, é importante? Se sim, quais caminhos possíveis dos pontos de vista institucional e político? Quais vantagens esse movimento pode gerar para o Sistema e para os profissionais do setor?


Nanci Walter – Enquanto coordenadora das Inspetorias acompanhei reunião do Crea Sul, que reúne os Conselhos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, e o quanto a proximidade e as muitas semelhanças entre os Estados propiciam maior interação entre os três. É comum os profissionais gaúchos possuírem visto nesses Creas e assim, há a necessidade das consultas de emissão de registros, cadastros de cursos e instituições de ensino, consultas de ARTs, profissionais, empresas, dentre outros serviços. A troca de informações e experiências é fundamental para a construção dessa integração.

O fluxo de informações entre os Conselhos pode trazer vantagens e padronização de alguns procedimentos que facilitam a vida do profissional, independentemente da região em que ele reside ou trabalha.

 

6) Site do Confea: Muito se fala na responsabilidade e habilidades dos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea como contribuições diretas para o desenvolvimento do Brasil e para a implantação de políticas públicas que levem à retomada do crescimento nacional. Qual a opinião da senhora sobre essa viabilidade?


Nanci Walter – O ano de 2020 ficará na história pela pandemia da Covid-19, causada pelo (SARS-CoV-2). Os profissionais registrados no Sistema Confea/Crea precisaram fazer a rápida leitura do contexto tecnológico, social, ambiental e econômico e relacioná-lo a tendências do mercado. Em abril deste ano, o Governo Federal lançou o Programa Pró-Brasil, cuja meta foi de investir R$ 30 bilhões, ao longo de três anos, em obras de infraestrutura no País. É importante que estejamos preparados para contribuir e fazer parte da solução para este crescimento econômico. Neste contexto, o Sistema, principalmente o CREA-RS, por meio de seus profissionais, precisa ser o protagonista desta retomada da economia e do crescimento sustentável do nosso País.



 

Crescimento do protagonismo feminino marca eleições do Sistema


Por Fernanda Pimentel / Equipe de Comunicação Confea


“Quando uma mulher entra na política, muda a mulher. Quando muitas entram, mudam a política”. Essa frase é da ex-presidente do Chile Michelle Bachelet e se aplica à política, aos sindicatos e a outras tantas esferas, inclusive ao Sistema Confea/Crea e Mútua, que no dia 1º de outubro realizou eleições gerais. O resultado do pleito mostra uma ampliação da participação feminina: foram eleitas seis presidentes de Creas, duas conselheiras federais titulares e duas conselheiras suplentes, além de cinco diretoras-gerais e seis diretoras-administrativas da Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea (Mútua).

De acordo com os números, a proporção de mulheres eleitas para a presidência de Creas é maior do que a de mulheres no Sistema, pois equivale a 22%. A proporção de registros femininos, conforme o Sistema de Informações Confea/Crea (SIC), é de 18,7%, que somam cerca de 182 mil mulheres, de um total de 975 mil profissionais registrados no SIC, no início de novembro. Em 2019, apenas 12% de mulheres integravam o plenário dos 27 Creas. Com o resultado das eleições de 2020, o percentual subiu para 14%. Esse aumento da participação feminina vai ao encontro, ou até já seja reflexo, do Programa Mulher lançado em 2019, que tem como objetivo fomentar a elaboração de políticas atrativas para mulheres Engenheiras, Agrônomas e da área das Geociências, dentro das diversas entidades de classe e Conselhos Regionais. Segundo a gerente de Relacionamentos Institucionais do Confea e idealizadora do Programa, Eng. Eletric. e Seg. Trab. Fabyola Resende, o Programa Mulher tem uma meta bem específica: o de aumentar em 10% o número de mulheres nos plenários dos Creas, em relação ao ano de 2018, conforme está previsto na Cartilha do Programa. “Nossa profissão já é muito empoderadora, mas quando uma mulher ocupa o cargo de conselheira, coordenadora de Câmara ou presidente de Crea, ela reforça o protagonismo feminino dentro do Sistema”, acredita a gerente.


No último pleito, realizado em outubro de 2020, o número de mulheres presidentes de Crea aumentou em 50%, passando de quatro para seis, um aumento de 22,2%. Como confirmação do trabalho que está sendo realizado, os profissionais reelegeram as Engenheiras Civis Fatima Có e Ana Adalgisa, como presidentes do CREA-DF e do CREA-RN, respectivamente, para dar continuidade aos projetos iniciados em 2018. Estreiam na presidência dos Creas: a Eng. Civ. Carmem Nardino (AC), a Eng. Civ. Rosa Tenório (AL), a Eng. Agrim. Vânia Melo (MS) e a Eng. Amb. Nanci Walter (RS).


Considerada uma das prioridades em seu primeiro mandato, o presidente do Confea, Eng. Civ. Joel Krüger, antecipa o que esperar dessa inciativa no próximo triênio: “O Comitê Gestor vai dar continuidade à segunda versão do Programa Mulher de maneira ainda mais robusta, trazendo um trabalho de pesquisa mais amplo, dados estatísticos e mapa da participação feminina. Assim esperamos ampliar as vozes e as ações das profissionais em nosso Sistema para que tenham o devido reconhecimento de sua atuação em prol de uma sociedade melhor”, anuncia o presidente do Conselho Federal.


Vale destacar que no mesmo ano de lançamento do Programa, foi realizado o 10º Congresso Nacional de Profissionais (CNP), que apresentou resultados positivos em relação à renovação de participantes e a ampliação e atuação do número de mulheres no debate. Na edição realizada em 2019 dos 510 participantes, 120 eram mulheres, que estiveram atuantes, seja como delegadas ou como integrantes da mesa diretora dos grupos. Na ocasião, também foi aprovada uma Proposta Nacional Sistematizada para que o Sistema Confea/Crea e Mútua promova junto às entidades de classe atividades profissionais acerca dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) (Agenda 2030 da ONU). Em relação a esses objetivos, o ODS 5 defende a implementação de práticas que fomentem a igualdade de gênero, como as propostas pelo Programa Mulher. Com essas ações, o Sistema Confea/Crea trabalha no sentido de se tornar mais inclusivo e diverso, retratando os diversos perfis que compõem a nossa sociedade.

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