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Inova Sênior quer Recolocar Engenheiros 60+ no Mercado e Atacar Déficit de Mão de Obra no Brasil

Criado por ex-alunos da Escola Politécnica da USP e do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), o Inova Sênior surge com uma proposta ousada: reconectar engenheiros com mais de 60 anos ao mercado de trabalho. O projeto aposta na combinação de experiência acumulada, inovação e tecnologia para enfrentar o chamado “apagão de engenheiros” no País.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2070 cerca de 37,8% da população brasileira terá mais de 60 anos. É um contingente que, embora crescente, ainda sofre com o etarismo no ambiente profissional. Para o Engenheiro Eletricista Ricardo Pessoa, 65 anos, um dos idealizadores da iniciativa, esse olhar precisa mudar.

“Temos cada vez mais profissionais que permanecem ativos aos 70 e 80 anos. Por que não utilizar essa mão de obra, que reúne não só capacidade de trabalho, mas experiência e conhecimento prático, para suprir nosso déficit de engenheiros? ”, questiona.

Inova Sênior quer Recolocar Engenheiros 60+ no Mercado e Atacar Déficit de Mão de Obra no Brasil

Um Problema de Escala Nacional

O Brasil já sente os efeitos da falta de engenheiros. Entre 2014 e 2019, as matrículas nos cursos da área caíram 40%. Um estudo do Google for Startups com a consultoria BOX1824 aponta que, entre 2021 e 2025, serão formados cerca de 265 mil engenheiros, mas haverá 800 mil vagas abertas no mesmo período. O déficit pode chegar a 530 mil profissionais.

Para Ricardo, esse cenário foi o estopim do projeto. “Essa pergunta - por que não aproveitar essa mão de obra? - surgiu em um fórum de engenheiros formados pela Poli-USP e pelo ITA. Diferente de iniciativas de diversidade e inclusão, aqui não falamos de ação social, mas de produtividade e competitividade. É isso que faz com que a alta gestão das empresas nos escute. ”

Atualização Sob Medida

A proposta do Inova Sênior não é oferecer uma nova formação completa, mas sim atualizações pontuais para alinhar os seniores às demandas atuais do mercado. O foco está em três eixos: tecnologia, métodos de trabalho e habilidades socioemocionais.

“Boa parte de nós permaneceu ativa e atualizada e mesmo para quem não, é relativamente fácil aprender. Muitas dessas tecnologias, como a inteligência artificial, são novidade para todos, independentemente da idade. O maior desafio é integrar metodologias ágeis, processos colaborativos e as relações intergeracionais de trabalho”, explica Ricardo.

Além da requalificação, a iniciativa busca funcionar como uma ponte entre engenheiros experientes e empresas, universidades, startups e governos. O contato será feito por meio de plataformas digitais, inteligência artificial e eventos presenciais.

 

Experiência que Reduz Custos

Além de mitigar a escassez de profissionais, o projeto pretende gerar impacto imediato nas empresas. Ricardo cita um exemplo da construção civil: “Estima-se que o custo pós-obra esteja em torno de 30%. Ou seja, gasta-se quase um terço do valor corrigindo falhas. Nossa aposta é que equipes multigeracionais, com seniores integrados, reduzam significativamente esse retrabalho. ”

 

Outro ponto estratégico é o papel dos engenheiros 60+ como mentores para as gerações mais novas, acelerando a formação de profissionais juniores e transmitindo conhecimento prático.

O Futuro da Engenharia com mais Experiência

Inova Sênior quer Recolocar Engenheiros 60+ no Mercado e Atacar Déficit de Mão de Obra no Brasil
Inova Sênior quer Recolocar Engenheiros 60+ no Mercado e Atacar Déficit de Mão de Obra no Brasil

O Inova Sênior foi lançado oficialmente no Maturifest, maior evento da América Latina sobre longevidade e empreendedorismo 50+. A primeira fase contará com cerca de 200 engenheiros da Poli e do ITA, mas a meta é expandir para todo o País.

Os idealizadores acreditam que o impacto será triplo: aumento da produtividade nacional, valorização da carreira de engenharia e melhoria da qualidade de vida dos seniores.

“O futuro também se constrói valorizando a experiência. Quando incluímos engenheiros de 60+, ajudamos a combater o isolamento, a depressão e, acima de tudo, trazemos de volta ao mercado mentes brilhantes, cheias de repertório e de humanidade”, resume Ricardo Pessoa.

 

Para quem se interessar em conhecer mais sobre o Inova Sênior ou entrar em contato com os idealizadores, o projeto está presente no Instagram (@inovasenior) e no LinkedIn (linkedin.com/showcase/inovasenior/). Contatos também podem ser feitos pelo e-mail faleconosco@inovasenior.org.br.

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