Sipremo, a startup que utiliza Inteligência Artificial para prever desastres ambientais
s mudanças climáticas estão afetando o mundo inteiro. Em 2024, registramos o verão mais quente de todos os tempos, com temperaturas médias globais muito mais altas do que as de 2023. O estado de São Paulo enfrentou um dos períodos mais críticos de queimadas em agosto deste ano. Já o Rio Grande do Sul sofreu o maior desastre natural desde a sua criação, em maio de 2024. Em diversas cidades do Brasil e do mundo, incluindo Porto Alegre, a qualidade do ar tem atingido índices alarmantes, devido a incêndios florestais e emissões industriais. Preocupada com esses impactos, a startup Sipremo, liderada pelo CEO e Engenheiro Mecânico Gabriel Savio, utiliza dados e inteligência artificial para monitorar antecipadamente desastres naturais.
A inspiração para Gabriel se envolver nessa área surgiu a partir de uma experiência com tempestades e enchentes em São Paulo. Há anos a capital paulista enfrenta problemas de infraestrutura urbana, assim como outras cidades do Brasil. Então, no início de 2019, quando conheceu um major da Defesa Civil de SP, decidiu utilizar a tecnologia de dados para auxiliar a população a se preparar e antecipar desastres naturais.
“Estava participando de uma reunião na Faria Lima quando começou uma tempestade e, em questão de minutos, a água já estava no meu tornozelo e logo depois estava na cintura. Eu me vi numa situação bizarra, algo que nunca havia vivido, e aquilo foi muito marcante para mim. Ficou na minha cabeça, porque pensei: eu passei por isso uma vez e já me senti tão vulnerável assim. Mas tem gente que passa por isso todos os anos, perde seus pertences, seus documentos, a história da sua família e perde até a própria família, o que é ainda mais complexo”.
A Sipremo começou quando Gabriel ainda estava cursando Engenharia na Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec-SP). Além disso, ajudou a criar um centro de inovação na universidade. Isso e a parceria com a Defesa Civil de São Paulo, firmada em 2019, foram fundamentais para a criação da empresa. Através dessa união eles criaram a tecnologia que pode antecipar os próximos desastres naturais.
“Temos uma tecnologia comum que pode identificar com antecedência onde e quando um evento climático adverso pode ocorrer. Isso cria janelas de oportunidades incríveis para mudar cenários como o que vivi e que muitas pessoas enfrentam todos os anos. Infelizmente, isso se tornará cada vez mais frequente e intenso. Como vimos no Sul do Brasil, com o que aconteceu em setembro e em maio, e o spoiler é que teremos mais eventos como esses nos próximos meses”.
A TECNOLOGIA
O uso da inteligência artificial já faz parte do dia a dia dos brasileiros. Diversos setores, incluindo, saúde, educação e a própria engenharia estão alinhando seus conhecimentos com IA e com isso projetando, criando e formando o que já é o futuro. O estudo IoT Snapshot 2024, da Logicalis, afirma que 47% das empresas brasileiras já utilizam inteligência artificial. Entre elas está a Sipremo que a partir de uma análise de dados consegue prever os próximos desastres enfrentados na área ambiental.
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“Com as ferramentas que desenvolvemos podemos prever como, quando e o que vai acontecer antecipadamente, estabelecer protocolos de emergência bem definidos, montar pontos de medição para alimentar o sistema com dados, capacitar as pessoas e preparar a população para ser resiliente. Precisamos estar cientes de que essa realidade está à nossa porta e que a preparação é essencial para lidar com ela. O objetivo é construir um ecossistema que possa suportar esses desafios que se tornarão cada vez mais frequentes nos próximos anos”.
Basicamente eles criaram uma rede neural artificial, cuja finalidade é imitar o cérebro humano. O nosso cérebro funciona como uma rede de conexões entre neurônios. Cada vez que recebe um sinal, processa e passa a informação para outros neurônios. A Sipremo gera decisões inteligentes pela perspectiva do clima, a IA criada por eles consegue prever desastres naturais e eventos climáticos. Identificando eventos no futuro e mensurando o impacto que vão gerar nas operações em que atuam e assim suportando decisões com impacto operacional, ambiental, social e financeiro positivos.
“O que fazemos é pegar todas as informações necessárias do local que estamos cobrindo e disponibilizá-las na primeira camada dessa rede de neurônios. Esses neurônios conectam inclinação do terreno, tipo de solo, temperatura — todas as informações que disponibilizamos para ele. Ele faz a conexão e entende quais correlações fazem mais sentido do que outras, para chegar à previsão final”.