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Projeto Multidisciplinar da PUCRS Integra Engenharia, Química e Medicina para Reduzir Casos de Doenças Cardiovasculares 

O uso de impressão 3D na saúde não é novidade: diversos setores da medicina utilizam essa tecnologia para criar réplicas anatômicas, ferramentas cirúrgicas e próteses. Nas universidades, projetos desenvolvidos por alunos e professores também têm contribuído para o bem-estar dos pacientes. Um exemplo é o projeto Desenvolvimento de Dispositivos Médicos Poliméricos por Impressão 3D. A iniciativa reúne doutorandos e professores da PUCRS em um trabalho interdisciplinar, com o objetivo de criar tecnologias médicas inovadoras. 

A parceria inclui Jeanne Louise Fernandes Jesus, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais (PGETEMA), e Sílvio César Perini, do Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde. A orientação é feita pelos professores Rosane Ligabue (Química), Carlos Alexandre dos Santos (Engenharia Mecânica) e Luiz Carlos Bodanese (Medicina). 

“Eu trabalho com uma equipe multidisciplinar desde o mestrado, quando desenvolvi uma nanoestrutura para terapia de câncer de bexiga. Agora, no doutorado, estamos desenvolvendo polímeros aplicados ao sistema vascular, uma iniciativa que começou em 2023. Essa colaboração surgiu de uma demanda técnica da área médica por um revestimento específico, o que levou à formação do nosso grupo de pesquisa. Apesar de ainda não termos um nome oficial, nos consideramos cientistas empreendedores”, explica Jeanne. 

O projeto utiliza tecnologias de produção totalmente nacionais, com foco no desenvolvimento de dispositivos médicos poliméricos adaptados às necessidades de pacientes com aterosclerose. Essa condição, caracterizada pelo enrijecimento de veias e artérias devido à formação de placas de gordura, pode causar problemas como infarto do miocárdio e derrame cerebral. Além de benefícios diretos à saúde dos pacientes, a tecnologia pode contribuir para a redução de custos no SUS e para o fortalecimento da indústria biotecnológica no Brasil. 

FOCO NO SUS E NO IMPACTO SOCIAL

Com financiamento do edital Techfuturo Saúde 06/2023, promovido pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT/RS), o projeto busca viabilizar sua aplicação no SUS. A linha de pesquisa inclui a produção inicial por impressão 3D, o desenvolvimento de protótipos e os trâmites regulatórios para a transferência da tecnologia à startup criada em 2024. Os primeiros protótipos foram desenvolvidos em 2023, com testes pré-clínicos realizados no Hospital São Lucas da PUCRS e testes de materiais e engenharia conduzidos na universidade. 

“Estamos agora nos testes mecânicos do polímero. A matéria-prima ainda não chegou, então estamos considerando um plano B para apresentar um produto pronto. O primeiro protótipo, um tubo flexível de 0,2 milímetros, já foi concluído, mas estamos aprimorando o design para corrigir falhas e reduzir custos. Nosso objetivo é criar polímeros acessíveis e eficazes que possam salvar vidas no SUS”, comenta Jeanne. 

CONTRIBUIÇÕES PARA A SAÚDE CARDIOVASCULAR 

As doenças cardiovasculares representam 30% das mortes no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, com cerca de 400 mil óbitos registrados em 2023. Projetos como o da PUCRS reforçam o papel da academia na prevenção e tratamento dessas condições. 

A pesquisa também destaca a importância da produção nacional de tecnologia. Jeanne enfatiza que o desenvolvimento do polímero biocompatível à base de poliuretano é patenteado pela universidade, o que contribui para a soberania científica e tecnológica brasileira. 

 

“Trabalhar com uma tecnologia nacional é uma das nossas maiores motivações. É desafiador, mas estamos determinados a continuar evoluindo, por isso criamos a startup PolimiHealth através dela pretendemos conseguir investidores para que a nossa pesquisa continue existindo”, conclui a pesquisadora. 

 

Contato: Engenheiro Mecânico Carlos Alexandre Dos Santos  

carlos.santos@pucrs.br  

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