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PREFEITURA E UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL SÃO PIONEIRAS EM PROJETO QUE VISA REDUZIR RESÍDUOS SÓLIDOS  

Reduzir o impacto ambiental e promover a sustentabilidade são atitudes essenciais para a preservação do nosso planeta. Desde a infância, somos ensinados sobre a importância da coleta de lixo, de separar o orgânico do seco e o significado das cores vermelha, amarela, marrom e azul no contexto da reciclagem. 

A parceria entre a Universidade de Caxias do Sul (UCS) e a prefeitura de Caxias do Sul visa dar seguimento ao projeto Resíduos Serra – RS-UP, que tem como foco gerar energia e produtos de valor agregado a partir de resíduos sólidos. Iniciado em 2021, sob a liderança de Engenheiro Químico Marcelo Godinho, professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos e Tecnologias (Pgeprotec) da UCS, o projeto é inédito no Rio Grande do Sul e teve sua primeira fase concluída em março de 2023, com a participação de 32 municípios. 

“O Conselho Regional de Desenvolvimento Econômico e Social da Serra (Corede Serra) e o Conselho Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha (Cisga) solicitaram o apoio da Universidade para encabeçar um projeto voltado para a expansão econômica dos municípios, mas expressaram preocupação com a questão dos resíduos sólidos. A UCS, que já possuía experiências anteriores nessa área, aceitou liderar essa iniciativa. ” 

O RS-UP utiliza duas técnicas para tratar resíduos sólidos: a biodigestão e a pirólise. Na biodigestão, o excesso de oxigênio pode ser transformado em biogás. Por outro lado, a pirólise ocorre na ausência total de oxigênio. A partir dessas técnicas, geramos três produtos: o sólido, chamado CHAR, a fração líquida, conhecida como óleo de pirólise, e uma fração gasosa. O professor explicou que ambas as técnicas contribuem positivamente para a preservação da natureza, e o CHAR ainda reduz a emissão de CO2. 

“O char é um dos produtos mais interessantes, pois é uma forma de carbono que contém mais de 90% de carbono puro. Ele possui diversas aplicações, mas uma das principais vantagens é sua contribuição para o sequestro de carbono. Isso ocorre porque o carbono presente no char não retorna à atmosfera, ajudando, assim, na redução dos gases de efeito estufa. ” 

Atuando há mais de 20 anos na área, Godinho reflete sobre a persistência de todos os envolvidos para continuar o projeto que começou a ser pensando antes da pandemia, em 2019, mas só começou a ser de fato efetuado em 2021. Além disso, afirma que a contribuição de órgãos púbicos, como a Federação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e Ministério Público, contribuíram para que ambas fases do projeto fossem adiante.  

“Nós nos reunimos com a Fepam e o Ministério Público diversas vezes desde o início do projeto e temos sido grandes parceiros do RS-UP. Estamos seguindo a norma chamada Diretriz Técnica 02-2019, que estabelece que qualquer processo não difundido no Brasil deve atender a algumas condições para ser implementado no Estado. Entre essas condições, o empreendedor deve ter uma parceria com uma unidade de pesquisa, e a UCS está cumprindo esse papel. O empreendedor também deve realizar a caracterização e os testes de laboratório, elas foram entregues em 2023”, aponta.  

​​A Fepam emitiu a licença prévia (LP) para o tratamento térmico de resíduos de pirólise no aterro de Rincão das Flores, em Caxias do Sul, como parte da fase 1 do projeto. Para a fase 2, será solicitada à Fepam a licença de instalação (LI). 

 “Caxias do Sul enviou uma carta de interesse à Fepam, solicitando que a unidade de testes fosse instalada no Aterro de Rincão das Flores. Essa unidade de testes deve atender à Diretriz Técnica 02-2019, que determina que a capacidade máxima da unidade de testes é de cinco toneladas por dia, não permitindo a instalação de uma unidade de grande porte”, finaliza.  

 

Contato: mgodinho@ucs.br  

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