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CAMPEONATO SOYBEAN MONEY MAKER, DA UFSM, É REFERÊNCIA NO USO DE DADOS PARA AUMENTAR PRODUÇÃO DE SOJA NO BRASIL  

A soja, a cultura com a maior área de plantio no Brasil, é uma das commodities agrícolas mais importantes do planeta, e se destaca tanto pelo volume de produção quanto pela receita gerada no mercado internacional. Por isso é tão importante que enxerguemos essa commoditie com responsabilidade ambiental. É nisso que o campeonato Soybean Money Maker (SMM), liderado pela Equipe Field Crops da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), está focado em transformar o plantio da soja e outras commodities para aumentar a sustentabilidade e o lucro das lavouras brasileiras. Uma iniciativa que conta com produtores, universidades e empresas privadas, gerando informações com base em dados de forma transparente e imparcial para revolucionar o manejo das lavouras de soja no Brasil. 

De acordo com o Engenheiro Agrônomo Alencar Junior Zanon, professor adjunto do Departamento de Fitotecnia da UFSM, no Brasil, o levantamento das informações ainda é algo muito novo. "A principal dificuldade que enfrentamos reside em conscientizar os produtores acerca da relevância das nossas visitas e da coleta sistemática de dados, visando a otimização dos processos e a obtenção de resultados precisos, mesmo em nossa ausência. Esse talvez seja o maior desafio que temos: aquisição e gerenciamento de dados de qualidade. Na verdade, isso também faz parte do processo de aprendizagem, que é a transformação da agricultura brasileira por meio da identificação e tratamento adequado das informações. O produtor deve coletar os dados com um propósito claro que é a geração de valor”, afirma Zanon. 

O SMM teve início em 2020, com a participação de 13 lavouras na Região Sul. Desde então expandiu para o Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, envolvendo representantes de nove estados. Em sua terceira edição, em 2022, o evento alcançou 90 lavouras em 13 estados, cobrindo 86,1% da área de soja no Brasil. No ano passado, o SMM ampliou ainda mais sua presença, abrangendo 95 lavouras em 13 estados. “Hoje nós desenvolvemos grandes projetos dentro e fora do Brasil com o objetivo de determinar o quanto é possível produzir alimentos na atual área agricultável com menor impacto ambiental”, afirmou. 

Baseado em três pilares: econômico, ambiental e social o SMM atua para provar que a produção de soja no Brasil pode ser lucrativa e sustentável. A diminuição de CO2 na atmosfera também é outro ponto crucial do trabalho realizado pelo professor. Alencar afirma que o agricultor de soja que mais produziu com a menor emissão de gás, foi Alex Bruch da Fazenda Maruque, de Itaberá, São Paulo. Informações mais completas podem ser obtidas no e-book do projeto.  

“No pilar econômico, determinamos dois indicadores. O primeiro é a eficiência produtiva, ou seja, a quantidade produzida em relação ao máximo que poderia alcançar em sua lavoura. Essa metodologia foi trazida dos Estados Unidos em 2015, quando voltei do doutorado, e começamos a desenvolvê-la no Brasil. Além de observarmos o quilo por hectare foi possível analisar a eficiência do produtor no uso de produtos”, explicou.   

O segundo indicador do pilar econômico é o retorno sobre o investimento (ROI), que mensura a eficiência do investimento ao comparar o lucro gerado com o valor inicialmente investido. Em outras palavras, o ROI quantifica o quanto o produtor recebe em retorno por cada real investido." 

No pilar ambiental, avaliamos a intensidade de emissão de CO₂ equivalente. O que isso significa? Refere-se à quantidade de CO₂ equivalente emitida a cada quilo de grão de soja produzido. Além disso, determinamos o balanço de nutrientes, ou seja, o quanto o produtor está aplicando de nutrientes e o quanto está extraindo com a produção do grão.  

No pilar social foram definidos indicadores que focam, por exemplo, na inclusão de gênero. “Qual é a presença da mulher no campo? O produtor participa de associações ou cooperativas na comunidade onde está inserido? Como está a questão da sucessão familiar? O produtor possui sucessão familiar ou não? Com base nesses três pilares—econômico, ambiental e social—e nos indicadores que mencionei, determinamos qual é o produtor mais sustentável", detalha. 

Por meio desses indicadores foram obtidos alguns resultados importantes, dentre eles, o benefício de otimizar custos na agricultura brasileira. Mas o que são custos otimizados? É identificar quais são os problemas das lavouras e, a partir dessa identificação, fazer o investimento necessário. Isso acaba economizando tempo, dinheiro e recursos naturais, fazendo com que nossa agricultura seja vista com outros olhos pela população. A atuação da UFSM também é essencial para a viabilidade do projeto, por meio dela alunos e professores podem expandir os conhecimentos adquiridos dentro de sala de aula.  

“Queremos que a universidade esteja mais próxima das demandas reais da sociedade. Portanto, o que fazemos é ir para dentro das lavouras, identificar os problemas e, a partir disso, focar nossos alunos, tanto de Agronomia quanto de Engenharia Agrícola, na resolução desses problemas reais. Acreditamos que esse deve ser o foco da Universidade Pública Brasileira: ajudar o produtor a resolver problemas concretos”, finalizou. 

 

Contato: Alencar.zanon@ufsm.br   

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