
Do sonho à criação: Lucca transforma sucata em simulador de direção

Lucca Salgueiro criou o próprio simulador de direção | Créditos: Arquivo Confea
No final do ano passado, Lucca Salgueiro, então com 17 anos, decidiu transformar sua paixão por dirigir em realidade. Sem recursos para comprar um simulador de direção profissional, ele construiu o próprio equipamento, investindo apenas R$ 80. Com criatividade, utilizou materiais simples, como um móvel de cabeceira, pedais, madeira, corda, canos de PVC, um volante e um controle de Playstation 4, para criar o "cockpit" dos seus sonhos, que recentemente viralizou na internet.
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Essa engenhosidade não é novidade para quem o conhece. Desde pequeno, Lucca demonstra talento para solucionar problemas e criar ferramentas práticas. “Criar soluções é algo natural para ele”, afirma a mãe Luana Salgueiro. Cursando o último ano do ensino médio, Lucca já tem certeza do futuro: será Engenheiro Mecânico. Desde a infância, a engenharia esteve presente em suas atividades, seja consertando cadeiras na escola ou transformando caldo de cana em cachaça ou, até, construindo um compressor de ar com materiais reciclados.
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Para ele, a engenharia está em todos os lugares. No basquete, por exemplo, encontra inspiração nos arremessos para criar projetos, como um varal para recolher pregadores. Na pescaria, sua outra paixão, ele treina precisão e técnica, habilidades fundamentais para a profissão que escolheu. O ambiente familiar também influenciou sua escolha. Com um avô Engenheiro Eletricista e de Telecomunicações, um padrinho Engenheiro Aeronáutico, Lucca cresceu rodeado por exemplos. “Cheguei a pensar em ser arquiteto, porque gosto muito de desenhar, mas a engenharia sempre falou mais alto”, comenta.
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Desde cedo, Lucca também sonhava em dirigir. Começou com o trator do avô na fazenda, onde aprendeu a cuidar do motor e da manutenção. Quando percebeu que os simuladores de direção disponíveis no mercado eram inacessíveis, viu no desafio a oportunidade perfeita para exercitar sua criatividade. O simulador de Lucca é apenas mais uma prova de que, com determinação, talento e habilidade, ele está pronto para trilhar o caminho da engenharia, transformando sonhos em projetos concretos. "O Lucca personifica vários jovens talentosos que queremos ter por perto para alavancar a engenharia no nosso país", disse o presidente do Confea, eng. telecom. Vinicius Marchese.
Fernanda Pimentel / Equipe de Comunicação do Confea
Primeiro modelo de carro voador no Brasil está em processo de certificação pela Anac

A data programada para ser o "futuro" do filme "De volta para o futuro" foi 21 de outubro de 2015. Na vida real, os carros voadores chegam pouco mais de dez anos depois: está previsto para o ano que vem o lançamento dos primeiros eVTOLs no Brasil. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está certificando o EH216-S, modelo distribuído pela empresa Gohobby, fabricada pela chinesa EHang.
EVTOL é a sigla em inglês para "veículo elétrico de decolagem e aterrisagem vertical". São usados para viagens rápidas dentro de uma mesma cidade ou, no máximo, cidades vizinhas, por isso o nome de "carro voador", pois serão integrados à mobilidade urbana, ligando um ponto a outro. A ideia é promover alternativa ao trânsito.
Em 1º de novembro de 2024, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou uma portaria definindo os critérios de aeronavegabilidade para eVTOLs, em resposta a uma provocação da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronaves), que desenvolve o EVE-10. Até então, a Embraer utilizava como base os requisitos contidos nos Regulamentos Brasileiros da Aviação Civil (RBAC).
De acordo com o comandante da Gohobby, Jeovan Alencar, um eVTOL está sendo vendido hoje por US$ 600 mil (R$ 3,7 milhões). A consultoria britânica Deloitte calcula que os eVTOLs irão se tornar populares como meio de transporte na década de 2030. "Este assunto é uma ultranovidade", comenta Jeovan. "A China é o único país que já está com o tema regulamentado, todos os outros ainda estão estudando a regulamentação. ”
Segundo Jeovan, a Gohobby já vendeu 17 equipamentos para pessoas físicas e, apesar de ter que ter formação teórica de piloto de avião (além de conhecimentos de informática) para comandar um eVTOL, será possível comprar planos de voo automatizados com caminhos pré-planejados, conforme ele explicou. Além do EH216-S e do EVE-10, o Brasil conta, ainda, com o Gênesis-X1, desenvolvido pelo Instituto Federal do Ceará. O projeto do IFCE tem também uma ambulância aérea e eVTOL de combate a incêndio.

O primeiro voo experimental e eVTOL no Brasil foi em 20 de setembro de 2024
A estrutura necessária
Embora algumas cidades sejam bem abastecidas de helipontos, como São Paulo, nem todos eles têm carregadores de veículos elétricos disponíveis, e a autonomia dos eVTOLS costumam ser de cerca de 100 km ou uma hora de voo, precisando de vertipontos, que são helipontos com os carregadores adequados.
Outro ponto é a conectividade: a maioria dos modelos de eVTOLs é autônoma, sem piloto, e 100% dependente de internet. A infraestrutura de conectividade nas cidades será fundamental.
Beatriz Leal Craveiro / Equipe de Comunicação do Confea
Com informações e imagens de G1, IFCE, Anac, Folha e Embraer