
Tecnologia gaúcha usa inteligência artificial para detectar furtos de energia a partir de imagens de satélite

ENTREVISTA COM LUCAS MAZZIERO

Projeto desenvolvido por pesquisadores da UFSM, em parceria com startup e concessionária, conquista prêmio nacional e promete reduzir perdas não técnicas no setor elétrico.
Um projeto desenvolvido por pesquisadores do Rio Grande do Sul foi o vencedor do prêmio “O Setor Elétrico”, promovido pela Revista O Setor Elétrico em parceria com o Circuito Nacional do Setor Elétrico (Cinase), na categoria Pesquisa e Desenvolvimento. A proposta, emprega inteligência artificial e visão computacional com imagens de satélite para identificar ligações clandestinas na rede de distribuição de energia elétrica.
O trabalho é fruto da colaboração entre a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a startup Fox IoT e a concessionária Celesc Distribuição. O objetivo é aumentar a eficiência na identificação das chamadas ligações irregulares – conhecidas popularmente como “gatos” – e combater as perdas não técnicas das concessionárias, que são aquelas provocadas por furtos de energia, erros de leitura e falhas no faturamento.
MATÉRIA DE CAPA

PALAVRA DA PRESIDENTE
%2017_57_49_c4936331.jpg)
ARTIGOS

CIVIL
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS
.jpg)
FISCALIZAÇÃO

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), esse tipo de perda pode representar até 15% da energia distribuída em algumas regiões do Brasil, causando impactos financeiros às distribuidoras e aos consumidores, já que parte do prejuízo é repassado às tarifas.A solução desenvolvida utiliza imagens de alta resolução cruzadas com os dados da própria concessionária. Por meio de algoritmos de inteligência artificial, desenvolvidos pelos pesquisadores, a plataforma identifica padrões e localizações com indícios de irregularidades. “Nos primeiros testes realizados, os relatórios com possíveis ligações clandestinas apresentaram uma assertividade de 68%, contra índices de apenas 20% a 30% sem o uso da ferramenta”, afirma o Engenheiro Eletricista Lucas Maziero, cofundador da Fox IoT.De acordo com ele, o projeto está em estágio avançado e a plataforma deve ser lançada comercialmente em breve. A iniciativa conta com 13 pesquisadores, entre estudantes de graduação, pós-graduação e profissionais da startup Fox IoT, vinculada ao Parque de Inovação, Ciência e Tecnologia (InovaTec) da UFSM. O projeto também conta com financiamento da Celesc.