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Integração lavoura-pecuária: aliada para a adoção de todas as premissas básicas do Sistema Plantio Direto

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Enga. Agra. Dra. Amanda Posselt Martins - Faculdade de Agronomia – UFRGS
Email: amanda.posselt@ufrgs.br

O Sistema Plantio Direto (SPD) já é realidade na maioria das propriedades rurais, especialmente nas produtoras de grãos. Muitos são os trabalhos científicos e os relatos de casos sobre os benefícios do SPD, que tem como premissas básicas: mínima mobilização do solo, cobertura constante do solo e rotação de culturas. Porém, muitos entraves ainda persistem para a adoção de todas estas premissas, principalmente no que diz respeito às últimas duas. E é justamente nestes entraves que a Integração Lavoura-Pecuária (ILP) pode auxiliar.

A ILP consiste na alternância temporal do cultivo de plantas de lavoura com o cultivo de pastagens com exploração pecuária. No Sul do Brasil, o modelo mais preconizado é aquele que insere a pecuária no período hibernal, entre safras de grãos de verão, justamente pelo cenário produtivo nesses dois períodos do ano. Resultados de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que se debruça a investigar o tema da ILP desde 2001, demonstram que, em comparação às áreas puramente agrícolas (e.g., apenas cultivo de grãos), a ILP é capaz de promover o aumento da produtividade de grãos no verão, a descompactação do solo em camadas profundas, o aumento da eficiência de uso da água e dos nutrientes, o maior estoque de carbono no solo (mitigando o potencial de aquecimento global da atividade agropecuária) e a maior produção de alimento (e renda) na mesma unidade de área. No entanto, é importante destacar que tais benefícios apenas ocorrem quando há o adequado manejo da intensidade de pastejo, obedecendo a altura média da pastagem a ser mantida ou a altura de entrada e de saída dos animais da pastagem – a depender do método de pastoreio adotado.

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Esses resultados são observados por uma característica muito peculiar das pastagens, que é o seu perfilhamento, rebrote e enraizamento. A maioria das espécies de pastagens evoluiu e/ou teve o seu melhoramento genético aprimorado em condições de estresse por herbivoria (i.e., condições de pastejo). Isso faz com que sejam espécies vegetais únicas na resposta a esse estresse que se dá, justamente pelo maior número de perfilhos, alta capacidade de rebrote e, consequentemente, enraizamento. Com isto, além da possibilidade real e concreta de ter o solo coberto o ano todo com retorno econômico ao produtor rural, abre-se um universo de alternativas de espécies vegetais para compor a fase pecuária, onde os melhores resultados vêm sendo observados em pastagens mistas (especialmente com espécies de distintas famílias botânicas), obedecendo à premissa da rotação de culturas.

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